Os impactos da Reforma Tributária para as Autoridades de Registro

Descubra os impactos da Reforma Tributária para as ARs e saiba como se preparar para as mudanças. Leia a análise completa neste artigo.

A Reforma Tributária é um tema que vem ocupando cada vez mais espaço nas discussões empresariais no Brasil. Muito se fala sobre prazos, transições e mudanças que acontecerão até 2030, mas a verdade é que os impactos já começaram — e afetam diretamente o dia a dia das empresas, inclusive as Autoridades de Registro (ARs).

No mais recente episódio do programa Na Mesma Página, conduzido por Luiz Gustavo (Controller da Certifica), recebemos o professor e consultor Lucas Pessi, contador, especialista em Direito Tributário e com mais de 15 anos de experiência em gestão empresarial. O encontro teve como objetivo traduzir os principais pontos da Reforma Tributária e, principalmente, mostrar como as ARs podem transformar esse cenário de desafios em oportunidades.

Assista à conversa completa no YouTube, disponível ao final deste artigo.

A Reforma Tributária: um novo cenário para todos

Diferente de outras mudanças tributárias que afetavam setores específicos, a atual reforma é abrangente. Ela alcança empresas de todos os portes, regimes e áreas de atuação. Como destacou Lucas, não importa se a AR fatura R$10 mil ou R$1 milhão por mês: as regras vão mudar para todos.

A principal transformação está na criação de novos tributos — o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — que substituirão gradualmente impostos como ISS, ICMS, PIS e Cofins. O processo de transição será longo (estimado em oito anos), mas a necessidade de adequação é imediata.

O que já começou a mudar

Apesar de o período de transição se estender até 2033, alguns efeitos já podem ser sentidos. Um exemplo citado no programa foi a atualização dos códigos de notas fiscais, que passam a exigir maior detalhamento nas emissões. Isso impacta diretamente as ARs, que precisam se organizar para manter a conformidade.

Outro ponto relevante é a obrigatoriedade de emissão de documentos fiscais em situações que hoje não exigem nota — como a receita de aluguel de imóveis. Nesse cenário, cresce a demanda por certificados digitais, fortalecendo ainda mais o papel das ARs no suporte às empresas e pessoas físicas.

Oportunidades para as Autoridades de Registro

Se, por um lado, a reforma aumenta a complexidade, por outro abre novas frentes de atuação para as ARs:

  • Mais pessoas e empresas precisarão de certificados digitais para cumprir obrigações fiscais.
  • Novos modelos de CNPJ alfa-numérico exigirão atualização de sistemas e controles.
  • Crescimento da documentação eletrônica impulsionará a necessidade de soluções seguras e juridicamente válidas.

Em outras palavras, a reforma pode ser vista como um campo fértil para que ARs fortaleçam seu papel estratégico no ecossistema digital.

Simples Nacional: mudanças à vista

Um tema que chamou atenção durante o programa foi a possibilidade de as empresas do Simples Nacional adotarem, a partir de 2027, uma versão híbrida: parte dos tributos continuaria sendo apurada pelo Simples e outra parte entraria na sistemática não cumulativa do IBS e CBS.

Isso significa que até mesmo pequenas ARs precisarão avaliar, junto a seus contadores, qual opção será mais vantajosa para manter a competitividade. O planejamento tributário, antes associado apenas a grandes empresas, passa a ser uma necessidade de todos.

Cultura de organização e parceria com a contabilidade

Um dos alertas mais enfáticos de Lucas foi sobre a necessidade de mudança de cultura. Aquele empresário que só fala com o contador uma vez por mês, para pagar guias, dificilmente conseguirá se manter competitivo.

A reforma exige organização, planejamento e alinhamento entre gestores e contadores. Mais do que nunca, será essencial tratar a contabilidade como parceira estratégica e não apenas como prestadora de serviços.

Curto prazo: foco em 2025, 2026 e 2027

Embora a transição vá até 2033, o professor destacou que o foco das ARs deve estar no curto prazo:

  • 2025: adequação cultural e organizacional, entendimento dos impactos.
  • 2026: início dos testes com os novos campos nas notas fiscais, sem efeito financeiro imediato e a adequação e/ou melhoria na organização financeira e documental da empresa.
  • 2027: substituição de PIS e Cofins pela CBS e primeiras mudanças práticas no recolhimento de tributos.

Ignorar esse cronograma pode significar não conseguir emitir notas corretamente, atrasar recebimentos e perder competitividade.

Reforma tributária: simplificação ou complexidade?

Um dos pontos discutidos foi a percepção de simplificação. Embora a reforma prometa reduzir o número de tributos de 12 para 10, isso só acontecerá após anos de ajustes e transições. Na prática, o período até 2033 será marcado por maior complexidade operacional, exigindo atualização de sistemas, treinamento de equipes e revisão de processos internos.

O que fazer agora?

A mensagem final do programa foi clara: não espere até 2030 para agir. As ARs precisam se preparar desde já, adotando três etapas fundamentais:

  1. Conscientização – entender que a reforma impacta todos, sem exceção.
  2. Aprofundamento – buscar informações e capacitação para compreender os novos tributos.
  3. Organização – revisar processos internos, alinhar-se com a contabilidade e planejar cenários futuros.

Baixe o material do programa 

Quer revisar os slides e todos os exemplos? Acesse a apresentação completa do “Na Mesma Página” e faça o download gratuito.

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A Reforma Tributária é inevitável e já está em movimento. Para as Autoridades de Registro, isso significa tanto desafios quanto oportunidades. O segredo está em escolher a postura: resistir às mudanças ou enxergá-las como chance de fortalecer sua atuação no mercado de certificação digital.

Como destacou Luiz Gustavo, a escolha é simples: “Vamos sentar e chorar ou vamos vender lenços para quem está chorando?”.

Assista ao programa completo “Na Mesma Página: Os impactos da Reforma Tributária para as Autoridades de Registro” no YouTube:

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